Muitas são as variáveis que interferem na qualidade de vida de familiares de crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A depressão, a ansiedade, o grau de aceitação por parte dos pais e a condição socioeconômica são alguns dos fatores. A maior participação das mulheres no mercado de trabalho e o aumento de mães solo também trazem maiores dificuldades em relação às exigências de cuidar de pessoas com autismo.
Por isso, o reconhecimento, o amparo e o tratamento voltados para a família da criança com autismo é essencial, pois ela é parte integrante desse processo. Além da assistência ao cuidador, com atenção intersetorial para promoção da saúde geral das famílias, também é necessário pesquisas e estudos capazes de ampliar as diretrizes que produzirão novas políticas públicas.
Ao assumir o papel de tutor, cuidador ou responsável pelo bem-estar e prestação de cuidados a um dependente, o familiar fica sujeito a tensão e ao estresse, especialmente as mães, muito embora também existam ganhos, tais como sentir satisfação pelo que pode proporcionar ao seu filho.
Mas de modo geral, o entendimento do transtorno, a mobilização familiar, a readequação de hábitos e rotina são fundamentais para o bom encaminhamento terapêutico e requer o envolvimento de todos.
Na Câmara dos Deputados defendo a causa da pessoa com deficiência e tenho legislado pela garantia dos direitos da pessoa com autismo, como no Projeto de Lei 4342/2020, que trata sobre a validade de documentos médicos para pessoas com TEA. Assim como essa matéria, sou autora de muitas outras proposições.
E reforço, como parlamentar, quanto a importância de avaliar os casos de autismo de modo singular e com empatia, tanto com a criança quanto com o seu cuidador. Há mais de dez anos acompanho de perto as dificuldades destas pessoas e sei que nada é mais importante para uma pessoa com autismo e sua família que o respeito. Continuem contando comigo.
Maria Rosas / Deputada Federal (SP)
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