O Novo Ensino Médio, que passou a ser obrigatório, vem sendo criticado e muitos estudantes e professores têm pedido a anulação da reforma. O modelo retira da grade curricular horas-aula de disciplinas básicas para incluir matérias teoricamente ligadas aos interesses dos alunos que agora, ficam divididas por área de conhecimento e a carga horária passa a ter uma parte fixa e outra montada pelo aluno, conforme itinerário formativo.
Acontece, que em cidades com mais recurso, a oferta de itinerários formativos é grande, mas em cidades pequenas, não. Assim, segundo os estudantes, alguns teriam mais oportunidade que outros. Além disso, a turma pode seguir disciplinas diferentes e, neste caso, a escola teria de dispor mais salas.
Disciplinas clássicas também estão perdendo lugar e dessa forma, os alunos não conseguem cumprir o currículo exigido no ENEM e outros vestibulares. Muitos professores não conseguem dar aulas de suas próprias matérias, uma vez que a maior parte das vagas está em disciplinas dos itinerários formativos. A reforma deixa como obrigatório apenas as matérias de Língua Portuguesa e Matemática e torna facultativas, matérias como Artes, Educação Física, Inglês e Espanhol. Muitos acreditam que o método representa um "retrocesso" para a formação dos alunos. Outros, defendem que a solução não é cancelar, mas adequar.
A carga horária também mudou e vai aumentando gradativamente, até que chegue a um período integral. Neste caso, o estudante que precisa trabalhar e estudar ao mesmo tempo, não conseguirá conciliar as aulas.
Para os educadores, o piso nacional apesar de ter sido aprovado em 2008, não é cumprido por todos os estados e municípios. Outra reivindicação é que o reajuste anual seja estendido a todos os profissionais que atuam na escola, como inspetores e agentes escolares.
Escolas sem infraestrutura, falta de formação adequada dos professores e diminuição da carga horária de disciplinas tradicionais podem, segundo os críticos, ampliar ainda mais a desigualdade no acesso ao ensino superior entre os alunos da rede pública e particular.
Enquanto professora, entendo que aprimoramentos e ajustes podem e devem ser discutidos. Alguns estados, como São Paulo, já têm pensado em fazer mudanças.
Foi na sala de aula, enquanto professora, que conheci de perto as necessidades dos educadores e dos nossos alunos. Por isso, na Câmara dos Deputados, tenho realizado importantes ações visando a melhoria do ensino. Sou presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Educação Básica e Alfabetização no Brasil e já fui vice-presidente da Comissão de Educação, realizando a relatoria de projetos de relevância. Também lutei, em meu primeiro mandato, pela viabilidade do Fundeb. Sou deputada atuante na área da educação e defendo muitos projetos com essa pauta, como o PL 3135/2021, que cria uma Universidade Federal, com sede no município de Osasco, no Estado de São Paulo.
Professores são mais que educadores - eles constroem conhecimento, mostram caminhos e possibilidades transformadoras! Um professor inspirado vai muito além das notas e da chamada: tem empatia e vontade de mudar vidas e, quando ele tem boas condições de trabalho, é claro que o resultado é ainda melhor. Essa luta fica ainda mais evidente em comunidades carentes, onde professores precisam motivar e tornar o aprendizado mais interessante para alunos que, muitas vezes, estão a um passo de desistir dos estudos.
Quem luta por educação, quer levar oportunidades para todos. Continuem contando comigo em prol do desenvolvimento da educação no país.
Maria Rosas / Deputada Federal (SP)
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