O Bullying, consiste em um conjunto de comportamentos agressivos e repetidos, atinge pessoas das mais diversas idades, especialmente crianças e adolescentes, e pode causar danos emocionais às vítimas. As práticas costumam se apresentar por meio de ofensas verbais, ameaças, humilhações e ataques físicos. No Brasil, a população é amparada pela Lei 13.185, que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) e que atribui às escolas a responsabilidade de prevenir e combater diversas formas de violência em seus meios.
A vítima costuma ser uma pessoa com características que a diferenciam da maioria e a tornam mais vulnerável a ataques, além disso, ela tende a ser uma pessoa com dificuldades de se impor e impedir as agressões. Por isso, muitas vezes sofrem em silêncio. Por outro lado, o agressor costuma ser uma pessoa com problemas de empatia, vindo de famílias problemáticas ou ainda, alguém que queira se tornar mais popular ou simplesmente sentir-se mais poderoso.
Mas você sabe o que é e o que não é bullying? A prática não se limita aos colégios e às creches. A dinâmica pode ser reproduzida em praticamente qualquer contexto social. Em faculdades, empresas, instituições públicas e qualquer outro ambiente. O bullying corporativo, por exemplo, é um grave problema que atinge muitos profissionais. E ainda, nem toda agressão pode ser chamada de bullying. Primeiro, porque geralmente ocorre apenas entre pares e segundo, brigas e discussões pontuais não são suficientes para caracteriza-la. Com o avanço da internet, surgiu ainda uma outra modalidade: o cyberbullying, ou seja, práticas de bullying por meios virtuais, como redes sociais. Neste caso, os agressores utilizam esses meios para difundir boatos sobre as vítimas, postar fotos e conteúdo que as expõem.
Enquanto professora e deputada defensora da causa da educação, entendo que é essencial estimular as escolas a estabelecerem expectativas muito claras do que é um comportamento aceitável. Os mentores devem aprender a identificar os locais dentro da escola onde o bullying é mais provável de ocorrer e supervisioná-los regularmente. E todos os adultos da escola precisam de algum treinamento básico sobre bullying — as pessoas que trabalham na cantina, os motoristas de ônibus. Estas intervenções podem ser incorporadas aos programas nacionais de educação. Os pais e educadores deve levar a sério as preocupações da criança — mesmo que pareçam triviais.
Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados cerca de 40 projetos de lei com este tema, como o PL 2706/2021, que torna punível as postagens nas redes sociais de intimidação sistemática na rede mundial de computadores com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial.
Também considero importante a realização de campanhas públicas voltadas para os jovens, considerando a construção de espaços livres do bullying, dentro e fora das escolas, com dicas práticas tanto para quem já sofreu, como para quem praticou ou testemunhou a violência. Estas lições podem ter um impacto positivo na saúde e na felicidade de gerações futuras.
Por aqui, continuo trabalhando pela garantia da dignidade das nossas crianças e adolescentes. Acredito na importância de ensinar a reconhecer e denunciar as violências, estimulando uma convivência cidadã. Isso envolve saber os limites das brincadeiras para que todos se divirtam e saibam identificar quando algo não está bem. Respeitar as diferenças é valorizar o ser humano.
Maria Rosas / Deputada Federal (SP)
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